13 / 09 / 12

Endividamento do consumidor maceioense volta a subir em setembro

O percentual de consumidores endividados em Maceió voltou a subir. Em setembro, o índice foi de 1,2% a mais em comparação com o mês agosto e alcançou 60,6% dos entrevistados. Com esse resultado, Maceió fica acima do nível de endividamento registrado para o mesmo mês na região Nordeste (55,9%). A média para o ano de 2012 chega a 69,2%, enquanto a nordestina é de 56,9%. Os dados são da pesquisa do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O nível dos consumidores da capital com dívidas em atraso também registrou alta de 16,6%. Em agosto, alcançou 18,6% dos entrevistados e, em setembro, 21,7%. Para o Nordeste, o nível de consumidores com dívidas atrasadas chega a 18,2%.

A boa notícia, em setembro, foi que o nível da renda familiar, comprometida com pagamento de dividas, diminuiu 0,6%. Recuou de 48,2%, em agosto, para 47,9% este mês. Segundo Fábio, esse nível ainda é preocupante, pois o limite aceitável é um comprometimento de até 30% da renda. Para o Nordeste, ocorreu um crescimento de 11,1%, de 33,2%, em agosto, para 36,9%, em setembro.

Em relação ao nível de inadimplência, elevou-se e ultrapassou o nível de 6% pela primeira vez no ano. Em agosto, a taxa de consumidores inadimplentes havia alcançado 5,7%, passando a registrar 6,4% em setembro. A escalada de crescimento da inadimplência em Maceió iniciou-se em junho, quando ocupou o menor nível do ano (3,7%). A inadimplência para o Nordeste continua no patamar de 4%, desde abril deste ano.

Para o consultor econômico da Fecomércio e professor de Economia da Ufal, Fábio Guedes, os dados da pesquisa demonstram que o mercado deve ficar atento aos desdobramentos do comportamento do consumidor na capital alagoana.
Quanto ao nível de endividamento das famílias, Fábio afirmou não ser tão preocupante. “O que tem chamado atenção tem sido o elevado nível de comprometimento da renda com dívidas e a linha de tendência de aumento da inadimplência”, observou.
O consultor afirmou ser preciso verificar o comportamento desses números em outubro. “Se continuar na mesma trajetória, é sinal de que o melhor período para as atividades comerciais pode ficar muito aquém em termos de resultados no volume de vendas que ano passado. Isto porque os consumidores com mais dificuldades de saldar compromissos financeiros poderão utilizar o décimo terceiro salário para liquidar dívidas e reduzir o nível de consumo”, apontou. Ele disse ainda que com a redução sistemática das taxas de juros no país, poderá ser que os efeitos possam influenciar as variáveis para um comportamento ao contrário do que aponta a tendência verificada pelas últimas pesquisas.
Os cartões de crédito continuam liderando o maior percentual de consumidores endividados (68,5%). Seguido dos financiamentos (40,4%), empréstimos pessoais (12,6%), carnês de lojas (7,3%), cheques pré-datados (6,0%) e cheques especiais (5,8%).
As despesas mais impactantes nas dívidas dos consumidores foram: alimentação (25%); educação (24,1%); aluguel residencial (13,5%); vestuário (11,4%); tratamento de saúde (9,3%); reforma residencial (8,6%); eletroeletrônicos (7,6%); seguros (7,4%); eletrodomésticos (6,1%) e móveis residenciais (6%). Segundo a pesquisa, a principal causa para elevação dos níveis de endividamento é o desequilíbrio financeiro (56,1%).

A pesquisa completa está disponível no endereço www.fecomercio-al.com.br/ifepd/

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