25 / 11 / 14

Fecomércio realiza o Ciclo de Palestras 2014

A primeira edição do Ciclo de Palestras Fecomércio AL acontece durante todo o dia de hoje (25/11). Com uma programação abordando as palestras “eSocial: o que, por que e como; uma abordagem executiva”, com Roberto Dias Duarte; e “Campanha do Contador e Certificação Digital”, ministrada por Miguel Nicoletti; o evento contempla as cidades de Maceió e Arapiraca e conta com o apoio do Sesc, do Senac, do Sebrae Alagoas e do Sindilojas Arapiraca.
O presidente da Fecomércio AL, Wilton Malta, explicou que a ideia da Federação ao iniciar esse projeto é proporcionar a compreensão de assuntos relevantes para a gestão empresarial ao esclarecer dúvidas e disseminar conhecimento sobre programas e ferramentas que repercutem na rotina administrativa. “Estamos trazendo, dentro do possível, palestras que contribuam para a melhoria administrativa e esperamos que o conhecimento aqui repassado seja repercutido nas empresas. É uma forma de esclarecer assuntos que trazem consequências para nossas empresas”, reforçou.
Mesmo sendo a primeira edição, houve grande procura pelas inscrições do evento, chegando a esgotar o número de vagas disponíveis em aproximadamente 15 dias após a veiculação do endereço para as inscrições online. Pensando no lado social, a Fecomércio AL não cobrou pelas inscrições, mas solicitou que cada participante levasse um quilo de alimento para ser doado a uma entidade filantrópica. Com os dois eventos, estima-se a arrecadação de cerca de 350 quilos de alimentos.

Palestras
No período da manhã, o evento foi realizado no auditório do Sesc Poço, em Maceió. Com uma abordagem interativa, o palestrante Roberto Dias apresentou o eSocial. Na sua visão, não tem como uma só pessoa entender todas as nuances do programa, pois o eSocial permeia por diversas áreas, como contábil, tributária, previdenciária, trabalhista, medicina e segurança do trabalho, tecnologia da informação e gestão de recursos humanos; daí a importância da participação coorporativa de pessoas de diversos setores, principalmente o gestor, que escutará de todos e decidirá sobre o rumo que a empresa tomará, baseando-se em custos, benefícios e riscos.
Em sua explanação, Dias explicou que, além da redução da burocracia, entre as razões para o governo ter criado o eSocial está a fiscalização. “O Governo Federal criou o sped fiscal, a nota fiscal eletrônica ao consumidor e o eSocial e investiu no parque tecnológico R$ 388 milhões. Só com fraude no seguro desemprego e no abono salarial, o governo recuperará R$ 1bilhão ao ano, sem contar o que já recuperou de ICMS, de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e outros. Então é um processo inevitável, ainda mais considerando o aperto de caixa pelo qual atualmente o Brasil passa”, enfatizou o palestrante.
Outro número importante que justifica a existência do eSocial refere-se à fiscalização trabalhista. No Brasil, num universo de nove milhões de empresas, apenas 250 mil são fiscalizadas ao ano pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Destas, 22% sofrem alguma penalidade. Para se ter uma ideia deste percentual em valores, em 2013 as autuações dos fiscais do trabalho arrecadaram para os cofres públicos R$ 1,5 bilhões de reais (em 2012 foram cerca de R$ 850 milhões). “Isso foi decorrente basicamente de 297 mil multas e as três principais causas de autuação foram: falta de recolhimento de fundo de garantia, descumprimento de jornada de trabalho e problemas no cumprimento dos planos de medicina e segurança do trabalhador”, pontuou, acrescentando que isto não significa que as empresas estão cumprindo menos a legislação trabalhista, mas sim que o governo está buscando ferramentas digitais para aumentar a produtividade dos auditores e identificar mais facilmente as fraudes. E, com a implementação do eSocial, a fiscalização será possível em todas as empresas.
O segundo tema abordado no Ciclo de Palestras foi “Campanha do contador e a certificação digital”, ministrado por Miguel Nicoletti, assessor da Gerência de Programas Externos (PDA) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que iniciou explicando que o certificado digital está “intrinsecamente relacionado ao eSocial, pois as informações serão enviadas por meio dessa tecnologia, que garante a autenticidade e a segurança da transação. O eSocial vai gerar uma grande demanda de certificado digital”, pontuou.
Analisando a importância desta tecnologia nas transações eletrônicas, o palestrante apresentou alguns números do varejo; área que cada vez mais adere à modalidade de vendas online. Atualmente, a cada três empresas brasileiras, uma já realiza vendas online e, cada e-commerce emprega, em média, sete funcionários. Somente em 2013, o volume de vendas virtuais gerou um faturamento de R$ 28 bilhões e, para 2014, a previsão é de chegar a R$ 35 bilhões. Além disso, estima-se que 12 milhões de brasileiros tenham se tornado consumidores virtuais durante este ano. “Aqui em Alagoas, um estado com pouco mais de três milhões de habitantes, mais de um milhão de pessoas comprem pela internet, o que equivale a cerca de 32% da população. O público cresce, e cresce em todos os Estados”, enfatizou.
Neste contexto, o uso do certificado digital – que já faz parte da rotina de mais de 4,5 milhões de pessoas e empresas – irá dar segurança às transações, além de ser uma solução fundamental para agilizar processos burocráticos. “O principal benefício é a eliminação de papel. Mas não é só o papel que está envolvido nesse processo; envolve tempo, dinheiro e outros recursos, contribuindo também para a sustentabilidade”, explicou Nicoletti, acrescentando exemplos de empresas que passaram a fazer uso da ferramenta e diminuíram os custos de produção, como o Hospital do Câncer de São Paulo, que deixou de imprimir cerca de 800 mil folhas.
Atualmente, o certificado digital é utilizado por contadores, advogados, empresas pública e privadas, seguradoras, bancos, governo e hospitais. Recentemente, a Certisign – (autoridade certificadora a qual a Fecomércio AL é vinculada), lançou portal de assinaturas. “A possibilidade de assinar de forma online documentos digitais gera economia de tempo, praticidade, segurança e sustentabilidade e pode envolver até 15 pessoas assinando um mesmo documento em partes diferentes do mundo. Se não fosse nesse formato [certificado digital], imagine quanto tempo levaria para isso acontecer”, avaliou.
No período da tarde, às 16h, as palestras acontecem no auditório do Sebrae, em Arapiraca.

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