30 / 08 / 17

Fecomércio aproxima empresários alagoanos e mercado chinês

O crescente comércio bilateral entre China e Brasil e o espírito empreendedor do Nordeste foram enfatizados pela Cônsul-Geral da China em Recife, Li Feiyue, aos empresários presentes Encontro de Oportunidades de Negócios China – Alagoas promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), hoje (30), com o apoio do Consulado da República Popular da China e da China Trade Center.

O presidente da Fecomércio, Wilton Malta, ressaltou que o encontro é uma oportunidade de negócios. “Há interesses mútuos, tanto nosso quanto da República Popular da China”, observou. E esse interesse foi demonstrado pela cônsul Li Feiyue. “A relação comercial China-Brasil tem se mantido em alto nível. Em 2016, o volume do comércio bilateral chegou aos 67 bilhões de dólares. Segundo a estatística do lado brasileiro, no primeiro trimestre de 2017 o volume do comércio bilateral totalizou 40,6 bilhões de dólares”, afirmou.

De acordo com a cônsul, além do comércio de produtos tradicionais, a cooperação na área de infraestrutura, manufatura, eletricidade, energia e agricultura também ganham destaques. “Hoje o Brasil é um dos principais destinos de investimentos da China no exterior. O investimento chinês no Brasil alcança 40 bilhões de dólares e mais de 200 empresas chinesas já se encontram instaladas no Brasil”, disse.

Atualmente a China investe 1,2 trilhão de dólares no exterior. “É evidente que a China tem grande vontade e determinação para compartilhar oportunidades de desenvolvimento com todos os países”, reforçou. Feiyue ressaltou, ainda, que o  Nordeste do Brasil, além de ser destacar pelas paisagens naturais e pela culinária, é uma região empreendedora. “O nordeste tem alcançado um ritmo de desenvolvimento superior ao nacional, tornando-se um polo econômico”, enfatizou a cônsul, que em 2015 esteve em Maceió para participar da inauguração da primeira empresa chinesa instalada em Alagoas.

Canto Fair

Como ingressar na internacionalização comercial requer preparação e conhecimento, os empresários participantes tiveram a oportunidade de saber algumas particularidades do mercado asiático com o diretor da China Trade Center, Pan Faming. A ideia foi apresentar a Canton Fair e algumas orientações básicas, bem como cuidados para evitar uma taxação abusiva.

Maior feira de negócios da Ásia com edições em outubro e abril, a Canton Fair, ou Feira de Cantão, é organizada Centro de Comércio Exterior Chinês e acontece há 61 anos. Realizada em três fases num espaço com 1,18 milhão de metros, a feira multisetorial reúne expositores de eletrodomésticos, ferragens, máquinas de construções, iluminação, artigos têxteis, artigos de decoração, bens de consumo, dentre outros. São mais de 150 mil produtos em exposição.

“Cada edição tem cerca de 210 mil compradores e gera um volume de negócios em torno de 30 bilhões de dólares. Desde 2007, criamos um pavilhão internacional com mais 600 expositores de 40 países. A Canton Fair não é só uma forma melhor de entrar no mercado chinês, mas também uma fonte importantes para o contatos do mercado global”, ressaltou Faming.

De acordo com o diretor, todos os anos há mais produtos com novas tecnologias e com mais valor agregado, com baixo teor de emissão de carbono e favoráveis ao meio ambiente. “A Canton Fair promove a necessidade de oferta e demanda, aprimorando o retorno do investimento feito pelo empresário. É um parceiro confiável dos expositores e compradores internacionais. A cooperação econômica e comercial da China e do Brasil está se desenvolvendo rapidamente. Espero que os empresários faça bom uso da feira para fortalecer o intercâmbio econômico e comercial entre os dois países”, observou.

A parte mais técnica do encontro foi gerente da Trade, Heitor Fioroto. Ele explicou algumas barreiras culturais e de linguagem, por isso, é importante que os empresários interessados em ingressar numa missão rumo à China se reúnam previamente com profissionais da trade que oriente sobre procedimentos. Fioroto aconselhou a não fechar o negócio na hora, a buscar referências das empresas com as quais pretende firmar negócio e se inteirar sobre o processo de importação e auditoria. “A primeira ida vai custar mais porque o empresário terá custos para se estruturar com levantamentos de informações, avaliações de fornecedores e suporte da trade, por exemplo, mas a partir da segunda ida, com essa estrutura pronta os custos ficam menores”, expôs.

Além de empresários, prestigiaram o evento o deputado estadual membro da Frente Parlamentar em Defesa do Comércio, Gilvan Barros; o secretário de economia de Maceió, Felipe Mamede; representantes da Sedetur, da Aliança Comercial, do Sebrae, da Asa, as CDL, do Sindilojas Arapiraca, do Sindilojas Palmeira dos Índios, do Sindilojas União dos Palmares, do Sirecom AL, do Sincofarma AL, do Sincadeal e do Secovi AL.

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